"As redes estão em todas as partes. O cérebro é uma rede de células nervosas conectadas por axônios e as próprias células são redes de moléculas ligadas por reações bioquímicas. As sociedades também são redes, constituídas por pessoas unidas por amizades, laços familiares e profissionais. Em uma escala mais ampla, redes alimentares e ecossistemas podem ser representados como redes de espécies. E redes permeiam a tecnologia: a Internet, as redes de energia elétrica e os sistemas de transporte são apenas alguns exemplos. A própria linguagem que usamos para transmitir essas idéias é uma rede, formada por palavras conectadas por padrões sintáticos. Mas, apesar da importância e do alcance das redes, os cientistas nunca compreenderam muito bem suas estruturas e propriedades. De que maneira as interações entre nós defeituosos em uma rede genética complexa resultam em câncer? Como a difusão ocorre tão rapidamente em certos sistemas sociais e de comunicação, causando epidemias de doenças e vírus de computador? Como algumas redes continuam a funcionar, após o colapso da maioria de seus nós?" [Albert- László Barabási]
A Realidade, segundo Capra [Tao da Física], é uma rede de relações onde as próprias relações se manifestam como objetos, interações (estruturas), estados, processos, eventos, sistemas, ...
No novo paradigma a ciência deve conceber a realidade como uma rede de relações. O campo de ação abrange uma teia de relações intrinsecamente dinâmicas, que não lida com verdades exatas.
A Realidade é uma rede interconexa de fenômenos (objetos / relações ou interações) que inclui o observador humano como um componente integrante, onde:
- a realidade é um todo indivisível, as suas divisões (dimensões, domínios, níveis, aspectos, visões, enfoques, pontos de vista, ...) são criações de seres cognitivos para efeitos de entendimento e manipulação da mesma;
- quaisquer das partes dessa rede constituem apenas padrões relativamente estáveis;
de maneira correspondente, os fenômenos reais são entendidos por meio de uma rede de conceitos; - nenhuma parte é mais fundamental do que qualquer outra;
a realidade pode ser entendida a partir de suas partes (reducionismo) ou do todo (holismo), na realidade quando estamos nos referindo a partes ou todo, estamos abstraindo, com o propósito de obter entendimento. Na realidade não existem partes ou todo a realidade é única; - os fenômenos da realidade podem ser enfocados como estruturas – dados/informações (enfoque estático ou estrutural) ou como processos (enfoque dinâmico ou comportamental);
- a realidade deve ser descrita com a inclusão do observador humano no próprio processo de descrição, isto é, a descrição é dependente do observador humano e do processo de conhecimento. O entendimento do processo de conhecimento deve ser incluído explicitamente na descrição dos fenômenos da realidade, a epistemologia é parte integrante de toda teoria científica;
- a realidade é uma rede de relações e também nossas descrições – conceitos, modelos e teorias – formam uma rede interconexa, representando os fenômenos observados. Nessa rede não existe nada primário ou secundário, nem quaisquer alicerces e tudo ser relaciona com tudo;
- todos os conceitos, modelos e teorias científicas são limitados e aproximados. Nunca existirá um entendimento completo e definitivo, nem verdades absolutas e sim descrições limitadas e aproximadas da realidade. Nenhum fenômeno isolado da realidade pode ser plenamente explicado, mas podem ser experimentados em nossa limitada totalidade;
- devemos distinguir, segundo Popper, com alguma clareza a:
- Realidade Real – Realidade Única
- Realidade Mental – Realidade Subjetiva
- Realidade Teórica (Conceitos, Teorias e Modelos) –Realidade Objetiva.
A Realidade pode, então, ser vista como uma rede interconexa de fenômenos (elementos - objetos, entidades / interações - relações, ligações) que inclui o observador humano como um componente integrante, onde:
Os fenômenos reais, representados como elementos de rede onde um elemento de rede pode ser:
- um nó representando um fenômeno do tipo objeto, ou
- um arco representando uma ligação (interação entre fenômenos)
Os fenômenos do conhecimento são também fenômenos reais, representados como conceitos em rede onde um conceito (elemento de conhecimento) pode ser:
- um nó representando um termo ou tipo ou classe
- um arco representando uma relação ou associação entre conceitos.
Um nó da rede pode encapsular uma outra rede.
Essas redes podem ser organizadas em níveis:
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