sexta-feira, setembro 07, 2007

Realidade como uma rede

All things are connected. In any specific system those connections may be sparse or plentiful, irrelevant or crucial. We propose that a continuum of connectivity exists, which allows us to treat all conventional specialisms as just special cases of a more general and universal model. This multi-level model, comprising standard operations, can apply to all aspects of our universe, taking into account not only science, but arts, humanities and spirit also - in other words, "Life, the Universe and Everything". We demonstrate how this is possible, and also show how such an approach, within an evolutionary context, can overcome the problems with relativistic truth and value in conventional thought. Intrigued ? Then read on... [Chris Lucas]

"As redes estão em todas as partes. O cérebro é uma rede de células nervosas conectadas por axônios e as próprias células são redes de moléculas ligadas por reações bioquímicas. As sociedades também são redes, constituídas por pessoas unidas por amizades, laços familiares e profissionais. Em uma escala mais ampla, redes alimentares e ecossistemas podem ser representados como redes de espécies. E redes permeiam a tecnologia: a Internet, as redes de energia elétrica e os sistemas de transporte são apenas alguns exemplos. A própria linguagem que usamos para transmitir essas idéias é uma rede, formada por palavras conectadas por padrões sintáticos. Mas, apesar da importância e do alcance das redes, os cientistas nunca compreenderam muito bem suas estruturas e propriedades. De que maneira as interações entre nós defeituosos em uma rede genética complexa resultam em câncer? Como a difusão ocorre tão rapidamente em certos sistemas sociais e de comunicação, causando epidemias de doenças e vírus de computador? Como algumas redes continuam a funcionar, após o colapso da maioria de seus nós?" [Albert- László Barabási]





A Realidade, segundo Capra [Tao da Física], é uma rede de relações onde as próprias relações se manifestam como objetos, interações (estruturas), estados, processos, eventos, sistemas, ...

No novo paradigma a ciência deve conceber a realidade como uma rede de relações. O campo de ação abrange uma teia de relações intrinsecamente dinâmicas, que não lida com verdades exatas.

A Realidade é uma rede interconexa de fenômenos (objetos / relações ou interações) que inclui o observador humano como um componente integrante, onde:




  1. a realidade é um todo indivisível, as suas divisões (dimensões, domínios, níveis, aspectos, visões, enfoques, pontos de vista, ...) são criações de seres cognitivos para efeitos de entendimento e manipulação da mesma;

  2. quaisquer das partes dessa rede constituem apenas padrões relativamente estáveis;
    de maneira correspondente, os fenômenos reais são entendidos por meio de uma rede de conceitos;

  3. nenhuma parte é mais fundamental do que qualquer outra;
    a realidade pode ser entendida a partir de suas partes (reducionismo) ou do todo (holismo), na realidade quando estamos nos referindo a partes ou todo, estamos abstraindo, com o propósito de obter entendimento. Na realidade não existem partes ou todo a realidade é única;

  4. os fenômenos da realidade podem ser enfocados como estruturas – dados/informações (enfoque estático ou estrutural) ou como processos (enfoque dinâmico ou comportamental);

  5. a realidade deve ser descrita com a inclusão do observador humano no próprio processo de descrição, isto é, a descrição é dependente do observador humano e do processo de conhecimento. O entendimento do processo de conhecimento deve ser incluído explicitamente na descrição dos fenômenos da realidade, a epistemologia é parte integrante de toda teoria científica;

  6. a realidade é uma rede de relações e também nossas descrições – conceitos, modelos e teorias – formam uma rede interconexa, representando os fenômenos observados. Nessa rede não existe nada primário ou secundário, nem quaisquer alicerces e tudo ser relaciona com tudo;

  7. todos os conceitos, modelos e teorias científicas são limitados e aproximados. Nunca existirá um entendimento completo e definitivo, nem verdades absolutas e sim descrições limitadas e aproximadas da realidade. Nenhum fenômeno isolado da realidade pode ser plenamente explicado, mas podem ser experimentados em nossa limitada totalidade;

  8. devemos distinguir, segundo Popper, com alguma clareza a:
  • Realidade Real – Realidade Única
  • Realidade Mental – Realidade Subjetiva
  • Realidade Teórica (Conceitos, Teorias e Modelos) –Realidade Objetiva.

A Realidade pode, então, ser vista como uma rede interconexa de fenômenos (elementos - objetos, entidades / interações - relações, ligações) que inclui o observador humano como um componente integrante, onde:



Os fenômenos reais, representados como elementos de rede onde um elemento de rede pode ser:

  1. um nó representando um fenômeno do tipo objeto, ou
  2. um arco representando uma ligação (interação entre fenômenos)

Os fenômenos do conhecimento são também fenômenos reais, representados como conceitos em rede onde um conceito (elemento de conhecimento) pode ser:

  1. um nó representando um termo ou tipo ou classe
  2. um arco representando uma relação ou associação entre conceitos.

Um nó da rede pode encapsular uma outra rede.




Essas redes podem ser organizadas em níveis:





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