terça-feira, junho 24, 2008

As Redes Socias – Organizacionais, como Instrumento de Gestão

19/08/2006

As Redes Socias – Organizacionais, como Instrumento de Gestão

* Por Vivianne Amaral
25/07/2006

“O uso mais geral para o termo ‘rede’ é para uma estrutura de laços entre os atores de  um sistema social. Estes atores podem ser papéis, indivíduos, organizações, sectores ou estados -nação. Os seus laços podem basear-se na conversação, afeto, amizade, parentesco, autoridade, trocas econômicas, troca de informação ou qualquer outra coisa que constitua a base de uma relação”

A compreensão  complexa dos fenômenos sociais, políticos e econômicos das organizações em rede resulta da confluência de uma série de estudos e da ação inovadora de pesquisadores em diversos campos das ciências físicas e naturais e da cibernética, num primeiro momento, e das ciências sociais num segundo momento, em que se procura abordar os sistemas sociais com um instrumental conceitual e teórico que tem origem na química, física, biologia e ciência de redes.

A base desta  compreensão é a abordagem sistêmica, decorrente da teoria dos sistemas e a identificação do padrão organizacional em rede como um elemento comum e  gerador dos sistemas vivos. Entre os pesquisadores envolvidos nessa construção de uma nova compreensão da vida e da sociedade podemos citar Ludwig von Bertalanffly, Eugene Odum, Ilya Prigogine, Norbert  Wiener, Humberto Maturana e Francisco J. Varela, Gregory Bateson, Niklas Luhmann, Pierre Lévy, Manuel Castells e Fritjof Capra.

O fato é que conceitos elaborados nas ciências físicas e naturais e na cibernética como o de padrão em rede, de estruturas dissipativas, autopoiesis, de sistema aberto, feedback, emergência,  ciclos de realimentação, entre outros, permitiram uma visão  complexa da dinâmica da vida social e cultural, colocando o foco nas relações horizontais e nas características sistêmicas dos fenômenos e processos.

Dentre estes conceitos, que são interdependentes, destaco como essencial para abordagem  do fenômeno das redes de articulação e de informação, o conceito de  padrão.

Entendendo-se padrão como a configuração das relações que os componentes de um sistema estabelecem entre si, podemos definir rede como “... um padrão de relacionamentos que conecta vários nós ou centros a muitos outros centros. São conexões de vários pontos para vários outros, não de um ponto para outros. Pode ser um padrão de reações químicas, de variáveis econômicas, uma teia alimentar de relacionamentos entre predador e presa, a rede neural do cérebro ou os complexos relacionamentos sociais de uma comunidade.”[1] Para entender um padrão temos que mapear a configuração de relações que esse estabelecem no sistema.

As redes de articulação e de informação, em suas diferentes configurações locais, indicam uma nova forma de organizar e vivenciar espaços de poder, em que a horizontalidade das relações, ou seja a insubordinação,  resulta  em experiências políticas investigativas e geradoras de uma nova forma de atuação coletiva, constituindo micro- esferas públicas, verdadeiros laboratórios de idéias e de lideranças.

Apesar das diferenças de configuração, as redes compartilham principalmente as seguintes características:

·        objetivos compartilhados, construídos coletivamente;

·        múltiplos níveis de organização e ação;

·        dinamismo e intencionalidade dos envolvidos;

·        coexistência de diferentes;

·        produção, reedição e circulação de informação e

·        empoderamento dos participantes; desconcentração do poder; multi-iniciativas; tensão entre  estruturas verticais & processos horizontais.

Vivianne Amaral –Jornalista,comunicadora social e ecologista, facilitadora da REBEA e editora do site www.rebea.org.br, consultora para animação, facilitação e acionamento de redes em processos coletivos. bioconex@uol.com.br

AUTOR: Vivianne Amaral –Jornalista,comunicadora social e ecologista

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