domingo, junho 29, 2008

O Analista de Sistemas e a Engenheira

Um analista de  sistemas meio introvertido finalmente conseguiu realizar o sonho da sua vida:  
Um cruzeiro.  
Era a coisa mais doida que tinha feito  até então.
Estava  começando a desfrutar da viagem quando um furacão virou
o navio como se  fosse uma caixa de fósforos.
O rapaz conseguiu agarrar-se a um  salva-vidas e
chegar a  uma ilha aparentemente deserta e muito  remota.
Deparou-se com  uma cena belíssima: cachoeira, bananas, coqueiros...
mas quase nada  além disso.
Ele se sentiu  desesperado e completamente abandonado.
Vários meses se  passaram, até que um belo dia apareceu, remando,
uma belíssima  engenheira,daquelas de  fazer parar o trânsito.
A engenheira  começou logo uma conversa:
- Eu sou do outro lado da ilha. Você também  estava no cruzeiro?
- Estava! Mas onde conseguiu esse bote?
- Simples:  eu sou engenheira e usei meus conhecimentos!
Tirei alguns  galhos de árvores, sangrei umas seringueiras,
defumei até virar borracha, reforcei os  galhos e
fiz a quilha e  os remos com madeira de eucalipto.
- Mas... com que ferramentas?
- Bom,  achei uma camada de material rochoso, evidentemente formado por aluviões.  
Descobri que esquentando esse material  a certa temperatura,
ele  assumia uma forma muito maleável.
Mas chega disso! Onde você tem vivido  esse tempo todo?
Não vejo nada  parecido com um teto...
- Para ser franco, eu tenho dormido na  praia....
- Gostaria de ver a minha casa?
O analista de sistemas  aceitou, meio sem jeito..
A engenheira  remou com extrema destreza ao redor da ilha.
Quando chegou no 'seu' lado, amarrou a  canoa com uma corda que
mais parecia  uma obra-prima de artesanato.
Os dois  caminharam por uma passarela de pedras e
madeira  construída pela engenheira, e depararam,
atrás de um coqueiro, com um lindo  chalé construído sobre palafitas,
pintado  de azul e branco.
- Não é muito, disse ela, mas eu o chamo de 'meu  lar'.
Já dentro, ela procurou deixá-lo à vontade:
- Sente-se, por favor!  Aceita um drinque?
- Não, obrigado! Não agüento mais água de coco!
- Mas  não é água de coco!
Eu tenho um  alambique meio rudimentar lá fora,
de forma que  podemos tomar Piñas  coladas autênticas!
Tentando esconder a surpresa, o analista de sistemas  aceitou.
Sentaram  no sofá dela para conversar.
Depois de  contarem suas histórias, a engenheira perguntou:
- Você sempre teve  barba?
- Não. Toda a vida eu andei bem barbeado.
- Bom, se quer se  barbear, tem uma navalha lá em cima, no armarinho do banheiro..
O homem já  não perguntava mais nada.
Subiu uma  escada em caracol e foi em cima, no banheiro,
e  fez a barba com um complicado aparelho feito de osso e conchas,
tão afiado  quanto uma navalha.
A seguir, tomou  um bom banho, sem nem querer arriscar palpites
sobre como ela  tinha água quente no banheiro.
Desceu sem  poder deixar de se maravilhar com o acabamento do corrimão.
- Você ficou  ótimo! Vou lá em cima também me trocar por algo mais confortável.
Nosso  herói continuou bebericando sua piña colada.
Em  instantes a engenheira estava de volta, com um delicioso perfume de gardênias e
vestindo  um estonteante e revelador robe, muito bem trabalhado em folhas de  palmeira.
- Bom, disse ela, ambos temos passado um longo tempo sem qualquer  companhia....
Você não tem se  sentido solitário?
Há alguma coisa  de que você sente muita saudade?
Que lhe faz  muita falta e da qual todos os homens e mulheres precisam?
- Mas é claro,  disse ele esquecendo um pouco a sua timidez.
Tem uma coisa  que venho querendo todo esse tempo.
Até sonho com  isso à noite.
Mas... aqui  nesta ilha... sabe como é... era simplesmente impossível.
- Bom, ela disse  com um sorriso maroto, já não é mais impossível, se é que você me  entende...
O rapaz, tomado de uma excitação incontrolável, disse, quase sem  fôlego:
- Não acredito!
Você não está  querendo dizer que.. .....
você bolou um jeito de acessar a  internet aqui na ilha?

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